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O Cristo de Paulo de Tarso, de José Lázaro Boberg

  • Foto do escritor: Flávia Lisboa
    Flávia Lisboa
  • 7 de dez. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de dez. de 2020


Mais uma vez José Lázaro Boberg nos brinda com mais conhecimento e revelações baseadas em profunda pesquisa e estudo, agora acerca da vida de Paulo de Tarso situando-o em seu momento histórico perante a história de Jesus de Nazaré.

Os comentários que faço sobre os livros que leio não são, de fato, resenha dos livros mas sensações e emoções que a leitura de um livro me traz. Por isso ao iniciar a leitura da obra “O Cristo de Paulo de Tarso” já comecei a me surpreender e a me descobrir.


Tal como os outros livros de Boberg que li, o primeiro sendo “O Evangelho de Judas” que abalou minhas convicções sobre os relatos e formação do evangelho (evangelhos canônicos x apócrifos). Depois na leitura do tocante “Seja Feita a Sua Vontade” que transbordou meu coração de entendimento sobre a nossa capacidade de dirigirmos nossa própria vida. E ainda o “Seja Você Mesmo” cuja máxima do livro me trouxe a busca sempre pelo autoconhecimento ouvindo nossa voz interior. Agora me deparo com essa nova obra que veio justamente para consolidar ainda mais todos os conceitos assimilados nas leituras dos livros anteriores, reforçando como foi feita a formação do evangelho cristão que conhecemos, como devemos entender a visão do Cristo interior (o Cristo interno de cada ser) e como ouvir essa voz interior. Tudo nesta obra sobre Paulo de Tarso cria o laço entre todos esses conceitos que aprendi, com a visão gnóstica de Paulo.


Esta visão de Paulo como gnóstico é bem provável, principalmente se seguirmos a cronologia das cartas ou epístolas atribuídas a ele. É fato que elas foram escritas antes dos evangelhos canônicos, o que efetivamente mostra que Paulo não conheceu nenhum evangelho cristão (dos canônicos até hoje apresentados). E, por consequência, o Cristo ao qual se referia Paulo não podia ser o Jesus de Nazaré (humano), alguém que Paulo nunca conheceu e que, pela cronologia, veio depois de seus escritos.


Daí que fica a questão “Então quem é o Cristo ao qual Paulo sempre se refere em suas cartas?”. E respondendo essa questão à luz do conceito gnóstico (provavelmente seguido por Paulo) podemos intuir que o conteúdo das cartas de Paulo se referia ao Christós (Cristo interior imanente em todas as criaturas). É tudo, de fato, surpreendente, mas o Cristo de Paulo de Tarso não era Jesus de Nazaré. Na pág. 29 do livro encontramos transcrito de Gálatas (1:11-12) o que o próprio Paulo descreve: “Faça-vos saber, irmão, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado; mas o recebi por revelação de Cristo revelado dentro de mim”.


Podemos, então, dizer que Paulo foi, de fato, o pioneiro do cristianismo (baseado no Christós), e essa importante obra de Boberg clarifica de forma factual essa presença de um Cristo espiritual interior, dentro de nós.


A visão desse Paulo na obra de Boberg é bastante polêmica, inclusive contrapondo algumas passagens da vida de Paulo de Tarso na consagrada obra de Emmanuel/Chico Xavier, "Paulo e Estêvão". O próprio Boberg revela no livro o impacto que essas "descobertas" sobre o gnosticismo de Paulo trouxe a ele, e não foi uma aceitação tranquila. Mas, em face das excelentes pesquisas e estudos promovidas por ele, conseguiu registrar na obra as ideias de uma nova visão sobre a existência de Paulo de Tarso. Talvez um interessante caminho, a partir dessa obra, seria explorar e fazer um paralelo com o Paulo de Emmanuel, buscando encontrar as possíveis diferenças ou semelhanças a fim de tentar explicá-las, de forma a corroborar essa nova visão do Cristo de Paulo de Tarso.


 
 
 

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